Rasgando Seda
sexta-feira, janeiro 09, 2004
  ÓS MÁGICOS SOMOS NÓS – AGORA SIM, O RETORNO DO GAY (Nota do Editor: alguns leitores podem estar confusos em relação à demora lascada pra sair a última parte. Em primeiro lugar, devo dizer que não devo nada a vcs. Querem se divertir, que comprem um soím. Em segundo lugar, tava realmente sem o menor saco pra escrever. Dêem graças a Deus que tomei uma sucessão de balões nessa sexta, não tinha mais o que fazer e resolvi ressuscitar o meu amado bloguinho. Finalmente, e não menos importante, não recebi uma única proposta de um mega estúdio de Hollywood pra fazer uma série de filmes ou mesmo uma miserável sitcom. Bastardos sem visão!!! A, e quanto ao nome, considerem essa parte realmente o Retorno do Gay. Aquela segunda parte, será rebatizada de “Os Dois Porres”, por motivos que nem fudendo vou explicar. Portanto, sit, relax, peguem suas pipocas, recostem-se em suas cadeiras e enjoy)

TRAILER 1 – Vcs o viram crescer... Vcs o viram passar horrendamente pela adolescência... Vcs o viram passar pela faculdade chupando o ovo de tudo que era professor... Vcs o viram reclamar pra caralho e dizer “ahhh, não foi contigo, se eu fosse filho de juiz”... Finalmente, vcs o viram se tornar professor... Até que um estranho acidente envolvendo um pé e uma bunda o transformaram em... UM VERAS MUITO LOUCO!!! Novos topetes!!! Novas tatuagens!!! A mesma carranca horrível de sempre... Vc vai rir, vai se assustar, vai rir de novo, vai ter nojo, vai ter vontade de matá-lo e depois, provavelmente, vai rir de novo!!! Não percam, no verão de 2004, UM VERAS MUITO LOUCO!!!, em um cinema perto de vc.
ATENÇÃO: esse filme contém topetes e tatuagens desaconselháveis para crianças acima de sete anos.

TRAILER 2 – Ele queria ser Barriga Branca. Porém, circunstâncias além do controle do seu caráter, ou da falta dele, o que vier primeiro, o tornaram o Filho da Puta do Ano. Inconformado com essa situação e aproveitando-se do fato do seu papai ser juiz, o protagonista da estória que não precisa nem dizer quem é, conseguiu uma liminar garantindo a sua volta no tempo para retificar a situação. Porém, numa virada inesperada do destino, o impossível aconteceu: empolgado com a sua volta no tempo, nosso herói tomou todas e se esqueceu que tinha voltado no tempo, ficando com a sua namorada no passado só pra ser flagrado por si mesmo, tornando-se o primeiro autocorno transtemporal da estória. Drama. Comédia. Um roteiro cheio de furos. Um protagonista sem o menor carisma. Tudo isso e um pouquinho mais em “O NAMORADOR SEM FUTURO”, em um cinema perto de vc.

E agora....

O RETORNO DO GAY

Nossa estória continua no Meio do Mundo, mais ou menos desse ponto: Lili e o Pikachu frouxo haviam sido capturados pelo senhor do mal, o canastrão em uma atuação digna de Eric Roberts, João Gabriel, por um motivo que o próprio autor desconhece. O procurado de lata estava com uma mão na frente, outra atrás e com uma grave crise de hemorróidas e, pra piorar, estava acompanhado do hizpãtalio, que estava tentando levantar do chão após cair de quatro e não achar o caminho de volta ao mundo dos bichos de duas patas, ao qual tinha chegado pela porta dos fundos. Pra completar o caldo, aparentemente o Senhor de Todo o Conhecimento estava de volta, armado e acompanhado de uma tropa de choque do Gate.

- Aí negrada, são eles mesmos que estavam com aquela cunhã que me depenou!!! Tão liberados, peia pra seiscentos jumentos pode dar neles!!!

- Calma, vovô, pelo amor de Nosso Senhor Jesus Cristo!!! Vc não está vendo minha situação não? Tive de deixar minhas roupas lá pra trás, to escorrendo tinta prata por tudo que é buraco do corpo, minhas hemorróidas estão atacando pra valer, estou acompanhado apenas desse arremedo de mula e o senhor ainda quer me moer de pancada? Além disso, se o senhor está falando da Lili, ela não está com a gente não. Foi levada por um monte de bichos esquisitos e sujos, que falavam uma língua estranha e tinham um ar de superioridade.

- Argentinos?

- Acho que não. Os bichos eram mais bonitos uma coisinha. Vai lá, tio, me libera dessa vai?

Olhando com pena para o patético Procurador de Lata e lembrando do tempo em que foi estagiário e que era submetido a situações ainda piores, o amável Mestre de Todo o Conhecimento foi gentil com eles e demonstrou misericórdia limitando-se apenas à uma rodada de peia muita no procurador, onde até o ihsppamtalhu teve permissão de participar. Até porque foi o único jeito que acharam de fazer o infeliz levantar, porque chutar as costelas de alguém quando vc tá de quatro deve ser foda...
Passada a alegre fase das apresentações, coube ao Mestre de Todo o Conhecimento explicar que tinha sobrevivido graças à um primo do digitador do setor de cálculos do fórum onde trabalhou a irmã do cara que cuidava do Cérbero, o cão de guarda do inferno, modos que sair de lá foi facinho, facinho. Corpo quebrado? Não foi problema, já que já tava tudo podre há muito tempo lá mesmo. Foi só questão de substituir os órgãos internos por serragem e saco de lixo e ele ficou até melhor. Só que quando acordou não ficou nada satisfeito em ver que tinha sido depenado, ainda mais pela motorista de quinta categoria que tinha lhe ceifado tão precocemente a vida. Então, aproveitando-se da sua amizade com o avô do carteiro que entrega correspondência na mesma videolocadora em que a cabeleireira do delegado aluga fitas, não teve dúvidas e requisitou um batalhão do GATE para iniciar a perseguição da meliante, traficante, assassina e além disso bunequeira da Lili.
Todo arrebentado como tava, parecendo um saco de cruz, o Procurador de Lata ainda perguntou:

- Mas o que é que o senhor quer tanto com a Lili, tio?

Depois de levar o competente safanão pra deixar de ousadia, o nosso amável velhinho respondeu: - Tio é o caralho!!! E a Lili me roubou meu bem mais precioso. O meu celular. Naquela agenda, estão todos os meus contatos, os quais eu nunca uso, aliás, pra não queimar. Vai que ela descobre? Não, não meu filho. Descobri que esse celular é muito perigoso pra existir. Vou copiar a agenda dele e destruí-lo no único lugar onde ele pode ser destruído...

- Na Montanha da Perdição? – perguntou irrefletidamente o Procurador de Lata.

- Não, seu jegue!!! – respondeu o Mestre de Todo o Conhecimento após aplicar-lhe um bofetão nas ventas – Depois de “Senhor dos Anéis” será que todo mundo só pensa nisso? É em uma loja de desmanche de celular de um amigo meu lá na Beira-Mar, que eu é que não vou amargar um prejuízo de um celular sozinho. Logo eu, que não abro a mão nem pra dar tchau, vou vacilar em um celular novinho? Nããããã... E é por isso que eu tenho de achar a Lili, aquela ladra, pra ela me devolver o bichinho...

- Um, então quer dizer que o problema é só o celular? – perguntou o Procurador de Lata numa posição de defesa que fazia dó.

- Eu sabo, Eu sabo!!! – exclamou o izpautalho, para desespero do Procurador de Lata – Ella inprextô pru Prurcuradô di Lhata antis dis sê levadia pru mó di aqueles bixu ixkrotu!!!

- Filho da p....!!! – pensou o Procurador de Lata, pressentindo nova pisa e começando a sentir certa antipatia pelo seu companheiro de viagem.


TO BE CONTINUED

Galera aprendi a lição. Já escrevi essa parte da estória toda, só que ficou muito grande pra postar tudo de uma vez só. É por isso que vou colocando como vcs gostam, beeeeemmmm devagarzinho. Próxima sexta tem mais.
 
quarta-feira, junho 25, 2003
  Larry Motter, especialista em Direito Extra-Dimensional

Como a maioria de vcs já sabem, o sr. Harry Potter, um macumbeirozinho mirim inglês criado pela lombra da sra. J. K. Rowlling, ganhou a sua quinta aventura. Aliás, tinha gente que já estava subindo nas tamancas porque o diabo da mulher não terminava o livro. Pois bem, o bloqueio mental passou, a mulher acabou o livro e este começou a ser vendido no sábado. Só pra vcs terem uma idéia do quanto a maluquete aí de cima vai embolsar só desse livro, de sábado pra cá foram vendidos mais de cinco milhões de cópias, das oito milhões da primeira edição. Uma baba, né verdade? E olha que isso não foi só nos EUA e na Inglaterra não. Aqui no Brasil, tinha fila a perder de vista pra comprar o livro no dia do lançamento. Em inglês. Por aí vcs ficam imaginando o calvário dos pais que tiveram que ver urso de gola não só pra comprar o livro, mas também pra desenferrujar (ou em alguns casos, até aprender) o inglês pra satisfazer o diabo do pirralho que não parava de perturbar pelas novas e emocionantes aventuras do Harry. Vai ser pai, pra ver como é bom!

Mas o negócio não para por aí. Tudo bem que a criançada dê o maior dez pelo Harry Potter. Eu também leio os livros. O X da questão é que agora todo livro com alguma coisa envolvendo um bruxo que tenha menos de cinquenta anos vende como água. Veja o caso do Artemus Fowl. Se vc procurar em alguma lista dos mais vendidos, vai ver o nominho desse livro. Adivinha sobre o que se trata? Um menino de uma família de ladrões. Só que os ladrões em questão são mágicos. Aí o jovem meliante é mandado para uma escola de ladrões. Mágicos. Dá pra engolir? Pois é, essa lorota vende que nem água. E digo mais, tem outros livros que são iguais ao Harry Potter, sem tirar nem por, só trocando suvaco por axila ou banco por tamborete, que vendem igualzinho. Criança é um bichinho muito fácil de enganar mesmo...

E é por isso que eu decidi que quero minha fatia do bolo. Não vou precisar de muita criatividade pra isso, porque poderia sair da fórmula de dar com os burros n'água. Então, vou me ater ao que sei. O nome do meu personagem será Larry Motter, um singelo estudante do terceiro ano que descobre que tem... adivinhem... suspense agora... não vale pescar... isso mesmo, poderes mágicos!!! Ao fazer o vestibular, Larry, que estava completamente chapado, descobre que no gabarito marcou somatórias no lugar das provas objetivas. Claro que o picolé de manguaça é reprovado, mas apresenta um recurso tão invocado, mas tão invocado, que chama a atenção da UMC - Universidade Mágica do Ceará, que o chama para fazer o curso de Direito Mágico. Desta forma, cada ano do Curso, que vai durar uns dez anos e olhe lá se não durar mais pra eu cair na grana, vai mostrar um pouco das aventuras de Larry, como a aula em que ele aprende a apresentar contestação em execução, ou nos casos em que ele apresenta simplesmente "embargos" e ganha a ação. Também veremos um pouco do passado de Larry, onde ele descobre que seu pai foi um juiz importante que falou demais e hoje está comendo capim pela raiz graças ao seu inimigo mortal, que hoje é desembargador. Nos divertiremos pacas nos conflitos com a outra escola superior de magia, a UMIFOR - Universidade dos Mágicos Inferiores de Fortaleza, em que o Larry sempre se dá de bem.

Pois bem, a proposta está lançada e as idéias estão aqui. Agora é só esperar a resposta do público pelo "go" para que, finalmente, eu possa montar na grana. 
terça-feira, junho 17, 2003
  OS MÁGICOS SOMOS NOS – O RETORNO DO GAY (Nota do Editor: espero que a esta altura do campeonato, os detentores dos direitos autorais das obras nas quais esta estória só aparentemente se inspira tenham se tocado de que podem soprar e soprar, mas não conseguirão me fazer parar de imitar. Deste modo, podem ir encher o saco do SBT, que já esta produzindo uma Casa dos Artistas 4 sem pagar um puto para Endemol)

No primeiro capitulo de nossa saga, os quais vcs terão de ler a baixo porque nem a pau eu vou ter saco de fazer um flashback, nos deixamos os nossos heróis, em particular o pudim de cana que aprendemos a chamar de Lili, no meio de uma estrada para encontrar os advogados que resolveriam os problemas de todos. Nesta altura do campeonato, a composição do grupo era a seguinte: na ponta esquerda, o advogado frouxo vestido de Pikachu (devido a serias restrições orçamentárias); jogando no centro, o procurador de lata; jogando como ala, porque não soube ler no roteiro que as posiçoes seriam inspiradas no futebol (por sinal, ele nem mesmo soube ler “roteiro”), o nosso amado ixpamtaliu; no ataque, já entornando um celular que ela comprou com o dinheiro que pilhou do cadáver do mestre de todo o conhecimento, a única que não pode morrer ate o final de estória, a estonteante, vitaminada, super-poderosa, LILI – AEEEEEE. Completando o time, a fim de justificar o astronômico aumento no orçamento para esta continuação temos Coil, o homem-mola; Corujito; Faísca e Fumaça; o Babalu do Pepe Legal, o Gorpo e o Scooby-Loo.

Pois bem, conforme este curioso grupo ia passando, ia sendo observado pelo bruxo do mal, em sua Torre no décimo nono andar. Não por uma bola de cristal, porque bruxo do mal em minha estória passa bem, mas em uma tremenda televisão de tela plana, com putz polegadas, sistema de som stereo douby surround sound, seja lá o que isso significa, e de pernas pra cima, aproveitando que o VERDADEIRO senhor do mal, cujo nome não ousarei revelar (começa com R, termina com L e tem um latido no meio), estava viajando. Ate ai não havia nenhuma magia envolvida. Lili tinha parado em um boteco de quinta pra comer uma panelada e tinha começado uma discussão com as lavadeiras locais, qual tinha degringolado em revolta. O mestre do mal estava assistindo isso tudo no plantão da TV Verdes Mares, direto do Globocoptero, e soube que sua chance havia chegado. Sim, porque seus servos tinham bastante tempo para chegar onde o grupo se encontrava, tendo em vista que o Pikachu covarde tinha se borrado todo no meio da confusão, o procurador de lata foi confundido com um camburão de lixo e estava sendo perseguido para ser tocado fogo e o is-panntalhu estava começando a ler a indicação de “saída” do bar, o que demoraria mais ou menos duas horas. Alem disso, Lili estava engalfinhada com duas lavadeiras, ao som de impropérios e uma serie de IIIIEEEEEEIIIIIIISSSSS da multidão. Havia tempo o bastante para vilanias aquela tarde.

Foi então que, numa atitude um pouco exagerada, como dirão os críticos no futuro, o Bruxo do Mal revelou seus servos. Eram criaturas realmente hediondas, que se dividiam em duas espécies. Sim, porque apesar do orçamento esticado, só conseguimos contratar dois atores para fazer os papeis de servos do mal. O resto ficou por conta da computação gráfica. Mas garanto que a explicação vai convencer todo mundo. Pois bem, como dizia, as terríveis, melequentas, sebosas e saramponas criaturas se dividiam em duas espécies, cada uma com seus respectivos generais.

A primeira espécie era algo como um macaco alado. Mas um macaco extremamente robusto, meio gordinho, por assim dizer. Não se sabe por qual deficiência genética, essas pobres criaturas só conseguiam ser acalmadas ouvindo o terrível som de um quarteto de maconheiros de Liverpool. Qualquer outro som causava repulsa a estas criaturas, gerando reações extremamente desproporcionais entre seus membros, tais como descontar um tapa com uma facada, ou uma rasteira com um quebrar de pernas na altura do joelho. O general da raça alada era chamado por seu mestre de Ka-Jhu.

Agora, a outra espécie e que era mesmo de dar pena. Franzino, sem asas, o bicho era uma inutilidade só. Alias, mesmo que tivesse asas, a coisa não conseguiria voar, dado o tamanho desproporcional de sua imensa cabeça. Mas como a natureza e mãe e não madrasta, o desprezível serzinho conseguia desenvolver velocidades incríveis quando solto em terra firma. Solte um bicho desses correndo pra ver se vc pega... Desta forma, por não haver possibilidade de ser vencido na corrida e pela fantástica semelhança com o cara que fez o Carandiru, o general da raça sem asa era chamado de Sem-Chance.

- Ka-Jhu, Sem Chance, venham a mim – disse um empolgado Gabriel em seu primeiro e provavelmente ultimo papel de destaque – preciso que vcs me tragam aquele magote de gente feia que esta aprontado aquele fuá lá no Alto do Bode. Quero todo mundo inteiro, menos o procurador de lata, cujas peças tenciono vender em um desmonte de um amigo meu. E outra coisa, tragam-me principalmente aquela que chamam de Lili, pois ela esta com um objeto de poder incomensurável, com o qual conquistarei o Universo!!!

- O Um Anel, Mestre? – perguntou Sem Chance.

- Mas tu só pensa nisso mesmo ne, bicho? Puta que pariu, o desemprego rolando por ai, tanta gente precisando de trabalho e eu tinha que arranjar logo o lacaio mais homossexual do mundo...

- AAAAAAIIIIIIIIII, BICHA, CHAMOU, CHAMOU??? – exclamou a fadinha, que apareceu naquele momento toda deslumbrante, numa explosão de purpurina, com aquele topzinho básico deixando o umbigo cabeludo de fora, o short ciclista verde limão, as melissinhas da irmã e a bandana do fã clube da Britney Spears na cabeça.

Após a competente explosão de risos, o Senhor do Mal exclamou: - Não, Ma... quer dizer, fadinha, agora ainda não e sua hora de aparecer!!! E outra coisa, nessa estória vc esta do lado do bem. Que ce ta fazendo aqui?

A fadinha não se dignou a responder. Dando uma rabissaca, virou-se no maior nojo do mundo e foi-se embora para a cena em que realmente aparece no momento certo, se essa bicha burra tivesse lido o roteiro. Certo, agora voltando ao ataque das forças do mal, vemos as tropas partindo para completar sua missão quando são bruscamente interrompidas pelo Bruxo.


- Calma ai, negrada!!! Tão pensando que vão pra onde? Eu, no papel de senhor do mal, com um bando de seres alados digitais ao meu comando e eles vão embora assim? Não senhora. Só aceitei mesmo esse papel pra poder dizer uma coisa: VOEM MINHAS, CRIANÇAS!!!

E essa foi uma das sortes de nossos paladinos, porque depois desse ataque de frescurite aguda, 70% dos servos do mal pediram as contas, dizendo que a vida tava dura mas também não era pra agüentar aquilo, que o papel de orc em “Senhor dos Anéis” estava pagando muito melhor e que já não agüentava mesmo trabalhar pra um bruxo do mal que se vestia feito o Harry Potter. Assim, após um atraso de meia hora em que o Bruxo do Mal, aos soluços, teve que implorar para que ao menos Sem-Chance e Ka-Jhu ficassem, prometendo um contrato para as continuações, as hordas do mal partiram, extremamente reduzidas e com aquela sensação de “isso aqui vai dar merda!!!”.

Enquanto isso, no núcleo bonzinho da trama, nossos heróis estavam quase livres de seus perrengues. Lili tinha baixado o cassete em todas as lavadeiras, com a esperta ajuda dos PMs que estava paquerando, o procurador de lata despiu-se de sua lataria, de modo que ficou sendo só um cara pintado de prata e de cuecas queimando arroz por sinal, e o Pikachu covarde conseguiu uma barra de sabão de coco pra tirar a catinga de sua fantasia. O único entrave era o expamtaulio, que estava meio enganchado no acento agudo de “saída”. Foi então que eles viram. Na verdade não viram, porque sendo as criaturas digitais eles só olharam para os marcadores no cenário e fizeram a melhor cara de medo que o Ricardo Machi poderia fazer enquanto ator. Aquela tropa de seres alados, vindo para cima deles, com a fúria da Lili em tira gosto. A única coisa que sobrepujava o barulho das horríveis asas batendo eram os gritos agudos que partiam do que só poderia ser uma menininha. Mas ai percebeu-se que, entre os gritos de terror, uma frase se distinguia: “eu tinha acabado de lavar minha roupa...” era o que a menininha parecia dizer. E o Pikachu covarde foi levado. Lili ainda teve tempo de quebrar uma garrafa no solo para tentar se defender. Era alguma coisa como ver “Xena, a Princesa Guerreira” misturada com a torcida do Fortaleza. Desafiadora, gritando “cai dentro, otário” ate o ultimo minuto, Lili foi vencida pelo próprio Sem-Chance que, no chão, como o próprio nome diz, e Sem-Chance. Lili também havia sido capturada.

Só restavam dois a serem capturados e as tropas do mal não davam sinal de que iam bater o catole com o seu patrão. Sabendo perfeitamente onde estava o simplório ixpamtalhu, concentraram-se em procurar o procurador de lata. Pintado de prata como estava e perdendo em covardia apenas para o Pikachu frouxo, o procurador de lata se atropelava em aves marias, só de cuecas e tinta prata, parecendo um camaleão em um deposito cheio de latas da Suvinil que tinha ali por perto. Parecia realmente que ele ia escapar. Foi então que o milagre aconteceu. O esspamtaliu conseguiu ler o sinal de “saída”. Mais que depressa, correu ate o esconderijo do procurador de lata, sob os olhares atônitos de todos os bichos do mal e disse: - Ei, maxo. Tenhu a inpreçao di ke a caída he pru la.. Como o intelectualmente desafiado ser sabia onde era o esconderijo? Muito simples. O izpamtaleo era burro mas não era besta. Sabia que se o negocio pesasse pro seu lado era só caguetar o procurador de lata e sair de fininho. Só que, pensando bem, dado o resultado das coisas, acho que isso não valeu muito pra ele não.

“Filho da p...” foi só o que o procurador de lata consegui pensar na hora. Assim, como o medo opera milagre, menos no caso do Pikachu covarde, porque ate milagre tem seu limite, o procurador de lata, utilizando o seu jeguilineo companheiro como escudo humano, dirigiu-se a saída. A situação era tão esdrúxula, o salário era tão baixo e o roteiro era tão tosco que os dois só foram seguidos pelo Ka-Jhu, que queria porque queria garantir sua participação na continuação da saga. Desta forma, a improvável dupla seguiu para as matas negras do Coco, de onde ninguém, pelo menos vestido daquele jeito, já saiu com vida.

Nas matas, os problemas não tardaram a acontecer. Aparentemente, em um ambiente como aquele, sem cultura ou civilização, o ezpamtliu se sairia soberbamente bem. No entanto, a profecia tornou-se verdadeira quando, topando em um galho, caiu de quatro e não conseguiu mais levantar. As coisas também não estavam bonitas para o lado do procurador de lata. Sem a proteção da lataria, a tinta prateada começou a escorrer por lugares que nem ouso nominar. Alem disso, longe do conforto e das farmácias da civilização, o seu problema de hemorróidas e gonorréia começou a incomodar de verdade. Pra completar isso tudo, Ka-Jhu estava no seu encalço, e não parecia nada feliz, porque ao longe tudo o que se podia escutar era a Eguinha Pocoto, vindo de algum pagode nas redondezas. Nessa hora, quando tudo parecia perdido e nossos amigos estavam com o cu na mão, ele surge: aquela figura de branco, toda iluminada, barba na altura do peito, um cajado na mão e uma voz milenar.

- Gandalf!!! – gritou o procurador de lata, emocionado.

- Que Gandalf o que, rapaz – disse o indignado velhinho. Foi então que luz da viatura diminuiu, ele largou o algodão doce que estava comendo e apontou a escopeta para os dois.

- Meu Deus!!! Não pode ser... Vc, ser misterioso, e ninguém menos que

TO BE CONTINUED














Trancaram agora, ne, pensando que iam ter de esperar minha próxima maré de boa vontade em escrever pra saber quem e o cara? Nada disso. O velhinho misterioso era o Mestre de Todo o Conhecimento I, que só quando eu tiver saco vou explicar como voltou dos mortos.
 
terça-feira, junho 10, 2003
  AGORA COM TRILHA SONORA

Negrada, pense num sujeito sem inspiraçao pra escrever... Agora sei como vcs, intelectualmente desfavorecidos, se sentem as vezes. De qualquer jeito, gostaria de informar que ja escolhi o casting da segunda parte de "Os Magicos Somos Nos", o que vai ter como subtitulo "O Retorno do Gay", tendo em vista o sucesso de um dos persogens da primeira parte ter justificado sua participaçao na segunda parte desta bilogia (Nooffsssaaa
). Aceito sugestoes para o roteiro, mas nao vou usa-las. Quem quiser escrever sabe que esta sujeito a ser completamente ignorado, mas escreva mesmo assim. E sempre bom ver o retorno do publico. O retorno ao inferno, a baixa da egua, a ponte que caiu e a qualquer outro lugar do qual nunca deveriam ter saido... 
sexta-feira, junho 06, 2003
  OS MAGICOS SOMOS NOS !!! (nota do editor: qualquer semelhança com o mágico de Oz será apenas coincidência. E tem mais, se quiser nos processar, pode vir, porque só o que tem nessa estória e advogado. Alem do que não teremos um puto pra pagar mesmo, então não encham o saco!!)


Era uma daquelas manhas modorrentas de domingo quando Lili acordou com aquele gosto de chão de ônibus na boca. Sim, Lili, porque a Dorothy não bebe e passou a sexta-feira com seus amigos chatos do Shalom, ouvindo cânticos e queimando insenso. Pois bem, quando Lili acordou, sua primeira impressão foi a de que havia passado a noite lambendo chão de gaiola, devido ao mal estar que sentia. Depois, olhou para o banco de trás do seu carro e reparou e não uma, mas três garrafas de Campari vazias. “Putz, ontem eu enchi a caveira”, pensou Lili, só para notar que não sabia nem mesmo onde estava. Ou melhor, sabia que estava em um lugar onde originalmente ficava um poste, tendo em vista que seu carro se encontrava estacionado em cima do toco de um, sendo que o poste em si estava estacionado em cima de onde, originalmente, havia uma pessoa.

- Me f...!!!! Pensou nossa heroína quando se encaminha para a aglomeração de pessoas em volta do corpo. Lá ela encontrou o Bruxo do Oeste, também chamado de Mago de Todo o Conhecimento, com as canelas beeeeemmmm esticadinhas. Antes de dar uma piloura e cair pra trás, Lili foi acudida pelo Mestre de Todo o Conhecimento II, A Revanche, que estava no local e lhe explicou:

- Calma, minha jovem. Não pesasse o fato de que esta praga não vai fazer falta alguma, vc tem de ver que ele já desejava a morte. Veja bem, o Bruxo em questão já tinha cerca de 4.562.365 anos de idade, e ultimamente não andava com esse gosto todo pela vida. Alem do que, ele tinha acabado de completar cerca de 500 anos de namoro e a mulher já estava encostando ele na parede pra casar. Tem gente dizendo que a ultima saída dele era essa mesma. Pensando bem, acho que quando ele te viu descendo a rua fazendo zigue-zague foi ele quem se jogou em cima do carro. Pobre infeliz! Acho que ate na morte não conseguiu o que queria. Foi atingido pelo poste bem quando tinha recebido uma ligação da namorada dizendo que precisava conversar.

- Bla, bla, bla, tudo muito bonito, tudo muito legal, mas o que eu que eu faço agora? Alem de ter acabado meu carro, matei este traste. O que vai ser de mim?

- Calma, criança – respondeu calmamente o Mestre de Todo o Conhecimento II, A Revanche – o que vc tem de faze e seguir o teu rumo como se nada tivesse acontecido e procurar sua fada madrinha. Ela sim vai te explicar tudo.

- Mas como eu posso encontra-la, Mestre de Todo o Conhecimento II, A Revanche?

- Minhas cartas darão a resposta. Essa daqui, por exemplo, te da um ataque mágico contra o qual nem a luva de Vininil tem defesa. Tem também essa outra aqui que faz com que todos os oponentes do tabuleiro se transformem em pedra, e essa outra que faz...

- Com licença, Mestre de Todo o Conhecimento II, A Revanche, mas o que e que o senhor esta fazendo mesmo aqui?

- Errr, bem, eu vim pegar uns amiguinhos meus que não podem dirigir pra gente ir para um campeonato irado de RPG que vai ter, mas não conta pra galera não senão eles vão tirar o maior sarro, sacume, ne?

Vendo que seguir os conselhos de Mestre de Todo o Conhecimento II, A Revanche era uma tremenda roubada, Lili procurou seguir o seu caminho. No entanto, ao pegar sua bolsa, percebeu que já não tinha mais um puto furado pra seguir o seu caminho. Tinha gastado tudo bebendo cachaça com sibita no Chico da Cueca, de modo que estava totalmente lisa. Mas nossa paladina não se aperreou nem por um momento. Lembrando daquela frase que diz “depois da queda o coice” e se aproveitando que o Eud... quer dizer, o Mestre de Todo o Conhecimento já não despertava muito interesse em vida, quanto mais em morte, saqueou o seu cadáver, pegando carteira, celular, jóia e dois dentes de ouro do falecido. Isso seria a ruína de Lili.

Pois, de um ponto distante, o bruxo do leste, em uma brilhante interpretação de João Gabriel, tudo observava e preparava para desferir o seu golpe contra Lili – assim que terminasse um prazo e falasse com a Mariana para saber se estava tudo bem.

Voltando a nossa estória, Lili estava vendo urso de gola pra entender o que o Mestre de Todo o Conhecimento II, A Revanche, quis dizer com encontrar a sua fada madrinha. Pensava “o que e que aquele mazelado cheio de doenças que provavelmente usa esse jogo de bafo dele pra pegar criancinhas sabe da vida? Vou mesmo e me fiar do que ganhei daquele otário que pus pra comer grama pela raiz”. Foi assim que, enquanto contava distraidamente o produto de sua estréia na profissão de descuidista, Lili bateu com as ventas em um poste, caindo sentada e catando lata.

O que viu a seguir não poderia ser descrito em palavras. A sua fada madrinha, linda, com uma sandalinha rosa, meias arrastão, saiazinha bordada, cheia de plumas e paetês, uns babados essssccccaaaaaannnnnnddddaaaaalllllooooo no ombro, uma tiara toda de brilhantes, umas luvas que era tudo de bom e... que e isso? Barba mal feita? Mas quem usaria um traje tão feminino e deixaria a barba mal feita? E fada? Quem se prestaria a um papel tão homossexual?

Foi então que, com lagrimas nos olhos de tanto rir, Lili falou para a fadinha: “Mat... Quer dizer, Fadinha Madrinha, o que tenho de fazer para sair deste perrengue?”. Então a fadinha botou as mãos na cintura e disse:

- Olha minha filha, o negócio esta duro pro seu lado (noofffsssaaa!!!). Vc vai ter de encontrar três homens altos, fortes, másculos, parrudos e lindos. Ai de esse numero a eles.

- E isso vai me tirar da minha encrenca?

- Não mas da minha vai. Pra vc aqueles ali servem.

Então, Lili deixou a afetada fadinha em seus delírios homo-sado-zoo-copro-pedo-eroticos e segui seu caminho ate encontrar um grupo bastante diferente.

O primeiro estava brigando para entrar no que parecia ser uma fantasia de leão, mas que acabou se revelando uma fantasia de Pikachu, tendo em vista que essa e uma produção com serias restrições orçamentárias. Depois de cerca de meia hora, a patética criatura conseguiu entrar na sua indumentária e recostou-se para descansar do que parecia ter sido um confronto desumano.

- Deixa eu adivinhar – disse Lili, que já estava se tocando do padrão formado aqui – vc e o Leão covarde!

- Quem dera! Sou só um advogado frouxo pra caralho que ta fugindo de uma galera que quer me dar umas bifas! Sem ter uma idéia melhor, resolvi me fantasiar de qualquer coisa para ver se eles não me encontram... Olha, lá vem eles.

Logo depois que os três meninos de dez anos e seu poodle passaram, o advogado frouxo saiu de trás de Lili, não sem antes levar umas três quedas e disse:”Moça, agora vc me salvou da morte. Essa galera e pequena mas e tão marrenta...” Assim, Lili deu um chega pra lá no advogado frouxo que já estava se engraçando pro seu lado e partiu para conhecer o segundo bizarro membro desta troupe.

Lá estava ele, vestindo um saco de batatas, palha saindo pelos braços e calças feitas de estopa. Na cabeça um boné surrado fazendo propaganda de alguma Lan House e nas mãos uma cartilha do doutor do ABC. Lili perguntou “Nossa espantalho, na estória vc ate que e mais magrinho... O que foi que aconteceu?” Ao que a horrenda criatura respondeu: “Naum ssow u ixphantaliu. Çou un allno di MUOBRRHAU ki phoi pre furrrra de çala di aunla pruke tava atrapaiandu u restiu da truma. Eças ropa saum vimgamssa da negrada.” Com vontade de abater a tiros o simplorio ogro, nossa chapa Lili finalmente chegou no ultimo membro desta que poderia ser muito bem uma ala da parada do orgulho gay.

- Certo. Pensei que a gente estava do Mágico de ... O que? Não e pra dizer o nome da obra original? Direitos autorais? Cadeia? Ta, tudo bem. Legal. Então vc e o que?
- Eu era mesmo pra ser o homem de lata. Esses filhos da puta me disseram que, se eu fizesse esse papelão de me vestir com um barril, botar um funil na cabeça e me pintar todo de prata, eu ia ganhar uma vaga na Egrégia Corte. Mas eles vão ver só. Tão pensando que brincar com procurador da republica e assim? Tudo bem que eu quero minha vaga, mas assim já e damais!!!

Tendo em vista que todos explodiram em riso frente a patética situaço do procurador de lata. Tinha chegado a hora de saber por que cargas d’agua estava todo mundo reunido ali. Como aparentemente Lili era a mais articulada do grupo, foi ela quem deu o passo inicial.

- Atropelei um sujeito, roubei o cadáver, acabei meu carro e o Mat... quer dizer, uma fadinha bichinha me mandou falar com vcs.

- Então ta explicado – disse o procurador de lata – porque eu estou indo a um escritório de advocacia para tacar um processo nos filhos da puta que me fizeram vestir essa roupa e me pintar desse jeito. Sabia que isso pode ate ser tóxico?

Novas risadas histéricas e chegou a vez do advogado frouxo dizer o que queria.

- Eu queria ter um pouco de coragem. E e por isso que vou ao mesmo escritório que o procurador de lata esta indo, porque sou amigo da galera de lá e com eles eu fico muito macho! Ai eu quero ver esses pivetes virem inchar pro meu lado!!!

Finalmente, pronunciou-se o ezpamtaliu:

- Ew co kirhinha mm ssebrio…

Silencio geral. A pobre criatura realmente inspirava pena. Por cerca de dois minutos. Após um alegre coro improvisado onde o grupo gritava “analfabeto, analfabeto”, todos seguiram o mesmo caminho, cantando uma musica que se Deus quiser vai virar hit na FM 93 para render uma baba em merchandising, para encontrar os advogados que tudo resolveriam.

Mas nem tudo eram flores. Do alto do 19º andar, o bruxo do mal tudo observava. E Lili tinha algo que ele queria, mas o que? Nem mesmo o autor da estória sabe ainda. E e por isso, e pela minha falta de saco em continuar escrevendo esta josta, que vou ter que colocar um

TO BE CONTINUED

Vcs não detestam quando isso aparece?
 
  "NADA"

Sei que o publico (???) feminino deste blog e bastante restrito. Portanto, vou utilizar uma linguagem basicamente masculina e sem a menor frescura para indagar aos meus companheiros que usam calças e estão por ai, militando no mundo da conquista de mulheres, o que eles acham deste horrível fenômeno que, pelo uma vez em cada relacionamento, vem perturbar o nosso juízo.

O nada.

Vcs sabem do que estou falando. A noite esta perfeita. Tudo vai as mil maravilhas. Vc esta ate surpreso consigo mesmo por não ter pisado na bola nem mesmo uma vez. E e justamente ai que acontece. Sua namorada/companheira/o que raios vc quer chamá-la fecha a cara. Vc faz uma brincadeirinha. Nada acontece. Vc redobra os seus carinhos. Nenhuma reação. Ai vc procura deixar pra lá, pensando "deve ser só cólica ou outras dessas frescuras de mulher que em um instante passa", esperando que sua companhia para a noite se restabeleça no antigo humor a vcs possam continuar a se divertir. Só que passa meia hora, para uma hora, passam duas horas e a cara da mulher só aumenta pro seu lado. Ate que vc, numa atitude desesperada para ajudar o amor da sua vida a voltar para o bom humor faz aquela pergunta:

- Amorzinho, o que e que vc tem?

Senhores, para aqueles que tiverem o coração fraco eu recomendo que parem de ler este post agora. Porque a resposta para esta pergunta e uma das frases mais terríveis que um homem pode ouvir em sua vida, sinal de tragédia a vista e de que vc vai entrar em uma briga e perder, não importa o que vc faça a partir dai. Para os corajosos que ainda estão lendo, vejam a face do terror, impressa em apenas uma palavra:

- NADA!

AAAAARRRRRGGGGGHHHHHHH!!!! DOR! DESOLAÇAO! RUINA! DESESPERO! Nenhuma dessas palavras serve para começar a descrever o inferno que esta por vir. Sim, porque quando a mulher diz nada, e porque já não há a menor chance de vc sair dessa sem uma briga meu chapa. Primeiro, porque nenhum homem já conseguiu penetrar no pensamento de uma mulher em uma ocasião dessas e descobrir efetivamente o que se passava, que estava sendo genericamente designado de nada. Minto, porque existem relatos de dois casos em que os homens aparentemente adivinharam do que se tratava o nada, pena que não sobreviveram para contar. Dizem que o primeiro riu tanto que perdeu o controle do carro após desmaiar em um acesso de achar graça. O segundo, sofreu um ataque cardíaco provocado pelo ódio que sentiu ao saber o porque de sua esposa tê-lo feito voltar de um carnaval na Bahia sob o pretexto do “nada”. Mas enfim, como eu dizia, vc não vai descobrir o que e o nada. Não adianta soprar e soprar, com sua birra vc não vai acabar.

Em segundo lugar, nem fudendo a pessoa que esta com vc, ser for mulher, vai te contar o que ela tem. Porque pode acreditar, essa raça tem uma memória longa. Provavelmente ela esta lembrando de uma estória que vc contou quando estavam com os seus amigos (ocasião em que ela só foi porque te ama tanto e não via mal algum em te acompanhar pra ouvir vc conversando com a galera, que mal há nisso?) em que vc falou de uma ex-namorada que teve aos catorze anos. Hora, se vc contou essa estória e porque, obviamente, ainda e louco pela menina e não conseguiu esquecê-la. O que importa se vc tinha tomado 16 cervejas naquela noite e nem lembra mais o nome da fulana? O amor tem dessas coisas... Portanto, o nada e o jeitinho delas de garantir que a sua noite seja uma bosta, para não fazer o que quer que seja que as irritou de novo.

MAS O QUE FAZER?

Meu amigo, o mais triste e isso. Não há o que fazer. Quanto mais carinho vc despejar em cima da mulher, mais fula da vida ela vai ficar. Parece que vc ta jogando pó de mico na infeliz, tão incomodada que ela fica. Agir segundo a lógica nem pensar. Repare na seguinte situação:

- Diz, macho!!!

- Ai dentro...

- Vai tomar no cu, porra!!! O que e que vc tem?

- Quer mesmo saber? Pois lá vai...

Ai o cara conta tudo o que tava incomodando e o assunto morre. Isso seria agir com lógica. No entanto, se vc já passou mais de uma semana convivendo com qualquer mulher, sabe que elas seguem qualquer credo, menos o da lógica. Portanto, vamos ver como vc se sairia se utilizasse à lógica:

- Oi meu amor!!!

- Oi...

- O que e que vc tem?

- Nada.

- Serio, me diz o que vc tem...

- Já disse que nada...

Insista mais um pouco e vc vai chegar no:

- SE VC NÃO SABE, EU E QUE NÃO VOU TE CONTAR!!!

Eu avisei para não usar a lógica. Quem mandou? Agora vc se estrepou de vez. Quando a mulher avisa que “se vc não sabe eu e que não vou te contar” faça a seguinte analogia: vc estava no meio de um furacão que acabou de levar o seu abrigo. Qualquer proteção que vc tivesse acabou de ir pelos ares. Console-se com o fato de que pior do que isso a situação dificilmente fica. Sim, porque ai vem o choro, acusações, vc não liga mais pra mim, eu não importo pra vc e tudo aquilo que as mulheres parecem que guardam só para essas ocasiões.

Sinto informar, por experiência própria, que agir como se nada houvesse também não adianta. Ora, sigam o meu raciocínio. Vc pergunta o que e que a criatura tem. Ela te diz que não tem nada. O correto seria vc realmente agir como se nada houvesse. Certo? Bom, para não me alongar muito no assunto, a maior parte dos meus amigos sabe que, no meu ultimo namoro, a cada quinze dias a gente terminava. Portanto, não posso chamar isso de uma tática garantida.

HA SOLUÇAO?

Olha, já que à noite já esta perdida mesmo, beba ate ficar mongol. A fulana já não esta muito puta mesmo? Que tal lhe dar uma razão palpável para tanto? Pelo menos, a sua noite não vai ficar tão feia. E digo mais, se vc for realmente muito cara de pau, acuse-a de alguma coisa que ela tenha feito (ou não) horas, dias, semanas, ate anos atrás, mesmo que vc não a conhecesse. Ai, quando ela te chamar de infantil, ou coisa do gênero, diga que ela não da atenção aos seus sentimentos, que ela já não gosta de vc e comece a xingar todas as amigas delas de forma randômica e irracional. Não, realmente isso não faz o menor sentido, mas um sábio já disse que a melhor defesa e o ataque e na falta de uma idéia melhor, vai isso mesmo.

Enfim, meus amigos, assim como os ciclones e furacões, não da pra prever quando vc vai ouvir uma mulher dizer o “nada”. Tudo que podemos fazer em relação a isso e compartilhar experiências e torcer para que disso surja uma formula razoavelmente segura para que possamos nos proteger desse mal.
 
terça-feira, maio 27, 2003
  CLUBE DO VAQUEIRO RELOADED

Esta quem me contou foi um amigo meu que, pelo jeito, não é muito afeito à verdade. Não, não vou dizer de quem se trata, mas se vcs seguirem o COELHO branco, chegarão à identidade do indivíduo. Alguns detalhes foram alterados por mim para que a estória ficasse bem mais legal, mas o cerne dela está do jeito que me foi passado.

Tendo em vista os pontos de indentidade entre o filme Matrix e a estória contada, o nome de nosso personagem será MEIFÊI (olhaí, mais uma pista).

Sábado à noite. Enjoado das ligações de Scheila Carvalho, Luana Piovani, Daniela Cicarelli e até do Antônio Fagundes que por ele mudava de lado, Meifêi procura seus amigos para dar uma saída. Elevador demorado, Meifêi, como de costume, pula do 187º andar do prédio onde mora, apesar dele mesmo morar no segundo andar. Na saída, dá um pau no porteiro, que por sinal é treinadíssimo em mais de quinze técnicas de kung-fu, só enquanto espera sua galera.

O povo chega e nessa hora começa a mais empolgante perseguição de carros de que se tem notícia. Sim, porque no carro dos amigos de Meifêi já tinham cinco pessoas e questionou-se sobre a possibilidade de uma delas ir no carro do nosso herói. Mas como? Banco de trás e bagageiro já estavam ocupados por um sistema de som suficiente para derrubar a Muralha da China. Some-se isso aos wooffers, buffers, subwooffers, muffins, eworks, dildos, equalizadores, sonorizadores, barômetros, escafandros e todos os outros equipamentos estritamente essenciais para se escutar um som de alta qualidade, não havia espaço suficiente. Mas, inconformados, os amigos de Meifêi vão atrás dele. O que se viu a seguir não teve precedentes. Toda a perseguição se deu em tamanha velocidade que eles saíram da casa de Meifêi às 20:00 e chegaram no Clube do Vaqueiro às 19:30.

Já no clube, corta para a cena em que Meifêi consegue organizar uma rave ao seu redor e o que é mais incrível, ao som do forró Bicho de Pé e Calcinha Suada. Mas repita-se, a rave aconteceu apenas ao redor de Meifêi, que é o Deus de toda diversão.

Diversão esta que duraria pouco, tendo em vista que alguns amigos de Meifêi logo arranjariam confusão com alguns elementos que na verdade eram agentes disfarçados. Não agentes do sistema, mas agentes da gloriosa polícia militar que, em um momento de folga da atividade de nos proteger de delinquentes, cometeu a imprudência quase criminosa de deixar suas mulheres à menos de dois metros de seu alcance.

Como era óbvio que as mulheres em questão precisavam de resgate dos malvados agentes, mesmo apesar de seus protestos em sentido contrário, coube aos amigos de Meifêi iniciarem um bafafá para que este pudesse dominar a situação. Só que a coisa fugiu do controle e, não fossem as capacidades sobre-humanas de Meifêi, tudo teria acabado mal. Sim, porque na última vez que eu o vi contando a estória, o grupo original de quatro agentes tinha se transformado em um contingente de 137.566 bêbados furiosos. O Neo lutou contra 100 Smiths? Grande coisa. Meifêi encarou essa galera toda aí em cima sem deixar cair sua cerveja e ainda queixando uma loirinha. Nem preciso nem posso descrever os movimentos de Meifêi desviando dos golpes, mesmo porque teria de pagar uma baba em direito de imagem para a galera do Homem-Aranha, mas era coisa de louco. Por sinal, os únicos golpes que atingiram Meifêi foram os dele mesmo, que se mexia tão rápido que as vezes olhava pra outro canto e ainda estava lá.

Pois bem, depois de derrotar os 41.550.235 agentes (o que é pra lá de estranho, considerando a capacidade do Clube do Vaqueiro), Meifêi se dirigiu de uma maneira dócil e pacífica ao representante constituído da lei presente na ocasião. Infelizmente, o oficial não escutava muito bem, e logo no meio da apresentação de Meifêi, logo na hora em que ele dava a famosa carteirada de advogado, o cara disse "Hã??". Hora, qualquer macho de sangue quente sabe que isso é código para "sua mãe é uma vadia", de modo que Meifêi não teve dúvidas e sentou o braço também no miserável.

Ao custo de muitas vidas, Meifêi foi, finalmente, levado para a delegacia. Lá, um gentil velhinho lhe revelou que já estava lhe aguardando e que tinha respostas para suas perguntas. Pois a cela do gentil velhinho ficava do lado da sala de rádio, onde comunicaram que estavam levando um viado raivoso que só o cão e o velhinho sabia em que cela eram colocados os viados raivosos. Foi então que Meifêi se viu diante de seu mais temível oponente: um negão de dois metros e meio de altura por dois de largura que foi batizado por Meifêi pelo nome de MeuVirgem, já que era assim que o negão o chamava. Com um sotaque estranho, que lembrava muito uma carreta batendo de frente com uma locomotiva, MeuVirgem perguntou qual o motivo da valentia de Meifêi. Só que a esta altura Meifêi já estava hipnotizado pelo tamanho de MeuVirgem, de modo que nada pode responder. Foi então que MeuVirgem disse, com aquela voz que faria Darth Vader se mijar todo de medo:

"Tu tem que entendê que o que tá valendo aqui é o porquê. O porquê é o que nos dá poder. Vc vem com perguntas, cheio de dúvidas, mas não vem com o porquê docê daqui. Portanto, vc vem a mim sem poder algum. Já eu, tenho o porquê e, portanto, tenho o poder. Quer saber o porquê, meu virgem?".

Meifêi só consegui balançar afirmativamente a cabeça antes de ser colhido naquele abraço terno e ao mesmo tempo sufocante de MeuVirgem, que dizia "Porquê sô maió que vc e agora vc se lascou!!!" Quase desmaiando, não se sabe se de prazer ou sob o peso dos 300 quilos do negão, Meifêi foi salvo pela delegada, que apareceu na porta, deu dois tiros de advertência na testa do negão e mandou que Meifêi saísse. Mas, antes de ser liberado, Meifêi ainda foi alvo da libído da delegada que o abordou dizendo: "Antes eu quero que vc me faça sentir de novo como era ser amada, coisa que eu já perdi há muito tempo". Quando Meifêi foi tomando a delegada nos braços para lembrá-la de como se ama uma mulher, tomou um golpe de cassetete nos joelhos e caiu de quatro, chorando. Foi aí que o caldo engrossou: "Agora, me beije como se eu fosse ELE". Pobre Meifêi, não sabia que a malévola delegada estava se referindo à sua extinta relação como MeuVirgem...

Meifêi, finalmente, saiu da delegacia. Não é uma estória de vergonha, mas uma estória de triunfo sobre as forças do mal, que ele faz questão de contar em pé e de cabeça erguida. Pelo menos é o que parece, já que desde aquele dia ele não senta mais pra contar. 
  IT'S ALIVE!!! IT'S ALIVE!!!

Bom, senhores, é isso. O começo. Alfa. The Start. A largada. E outros sinônimos que vcs tenham para quando começa alguma coisa.

Muito me dói a decisão de ter de começar um blog. Primeiro, por causa da minha infinita preguiça. Em segundo lugar, por saber que agora vcs terão um lugar certinho para me esculhambarem. Finalmente, porque essa decisão é baseada no baixíssimo nível que vem atacando todos os outros blogs da galera.

Não me entendam mal. Adoro ler as poesias que se fazem para suas namoradas, para a lua ou para a brumas brumosas. Também adoro ler sobre as crises existenciais de cada um de vcs. Vibro de emoção quando veja a transcrição de uma música que não toca desde o tempo do ronca. Só que tudo isso cansa. Meu Deus do Céu, como cansa. Cadê a polêmica? Cadê a discussão? Onde estão os dedos apontados dos bons tempos e a galera parando de se falar? É para isso que esse blog veio.

Aliás, só pra começar, gostaria de denunciar um golpe, um roubo, um furto, contra um dos Desembargadores da Egrégia Corte. Pois é, um daqueles ilustres senhores foi fruto de um salafrário, safardana e sem-vergonha, que sem ter mais o que fazer, simplesmente invadiu o rebanho do nosso amigo e tomou para si o que é dos outros. Entendam o que quiserem e debatam depois, se lhes convier, porque eu não conto mais nada.

Viram como é bacana? Agora mesmo quem leu isso deve estar pensando: macho quem foi, será que é verdade, Wallace filho da puta se não me contar, e é esse tipo de sentimento que estava faltando. Obrigado pelas boas vindas. 
Fernando Wallace + João Paulo

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