Rasgando Seda
terça-feira, maio 27, 2003
  CLUBE DO VAQUEIRO RELOADED

Esta quem me contou foi um amigo meu que, pelo jeito, não é muito afeito à verdade. Não, não vou dizer de quem se trata, mas se vcs seguirem o COELHO branco, chegarão à identidade do indivíduo. Alguns detalhes foram alterados por mim para que a estória ficasse bem mais legal, mas o cerne dela está do jeito que me foi passado.

Tendo em vista os pontos de indentidade entre o filme Matrix e a estória contada, o nome de nosso personagem será MEIFÊI (olhaí, mais uma pista).

Sábado à noite. Enjoado das ligações de Scheila Carvalho, Luana Piovani, Daniela Cicarelli e até do Antônio Fagundes que por ele mudava de lado, Meifêi procura seus amigos para dar uma saída. Elevador demorado, Meifêi, como de costume, pula do 187º andar do prédio onde mora, apesar dele mesmo morar no segundo andar. Na saída, dá um pau no porteiro, que por sinal é treinadíssimo em mais de quinze técnicas de kung-fu, só enquanto espera sua galera.

O povo chega e nessa hora começa a mais empolgante perseguição de carros de que se tem notícia. Sim, porque no carro dos amigos de Meifêi já tinham cinco pessoas e questionou-se sobre a possibilidade de uma delas ir no carro do nosso herói. Mas como? Banco de trás e bagageiro já estavam ocupados por um sistema de som suficiente para derrubar a Muralha da China. Some-se isso aos wooffers, buffers, subwooffers, muffins, eworks, dildos, equalizadores, sonorizadores, barômetros, escafandros e todos os outros equipamentos estritamente essenciais para se escutar um som de alta qualidade, não havia espaço suficiente. Mas, inconformados, os amigos de Meifêi vão atrás dele. O que se viu a seguir não teve precedentes. Toda a perseguição se deu em tamanha velocidade que eles saíram da casa de Meifêi às 20:00 e chegaram no Clube do Vaqueiro às 19:30.

Já no clube, corta para a cena em que Meifêi consegue organizar uma rave ao seu redor e o que é mais incrível, ao som do forró Bicho de Pé e Calcinha Suada. Mas repita-se, a rave aconteceu apenas ao redor de Meifêi, que é o Deus de toda diversão.

Diversão esta que duraria pouco, tendo em vista que alguns amigos de Meifêi logo arranjariam confusão com alguns elementos que na verdade eram agentes disfarçados. Não agentes do sistema, mas agentes da gloriosa polícia militar que, em um momento de folga da atividade de nos proteger de delinquentes, cometeu a imprudência quase criminosa de deixar suas mulheres à menos de dois metros de seu alcance.

Como era óbvio que as mulheres em questão precisavam de resgate dos malvados agentes, mesmo apesar de seus protestos em sentido contrário, coube aos amigos de Meifêi iniciarem um bafafá para que este pudesse dominar a situação. Só que a coisa fugiu do controle e, não fossem as capacidades sobre-humanas de Meifêi, tudo teria acabado mal. Sim, porque na última vez que eu o vi contando a estória, o grupo original de quatro agentes tinha se transformado em um contingente de 137.566 bêbados furiosos. O Neo lutou contra 100 Smiths? Grande coisa. Meifêi encarou essa galera toda aí em cima sem deixar cair sua cerveja e ainda queixando uma loirinha. Nem preciso nem posso descrever os movimentos de Meifêi desviando dos golpes, mesmo porque teria de pagar uma baba em direito de imagem para a galera do Homem-Aranha, mas era coisa de louco. Por sinal, os únicos golpes que atingiram Meifêi foram os dele mesmo, que se mexia tão rápido que as vezes olhava pra outro canto e ainda estava lá.

Pois bem, depois de derrotar os 41.550.235 agentes (o que é pra lá de estranho, considerando a capacidade do Clube do Vaqueiro), Meifêi se dirigiu de uma maneira dócil e pacífica ao representante constituído da lei presente na ocasião. Infelizmente, o oficial não escutava muito bem, e logo no meio da apresentação de Meifêi, logo na hora em que ele dava a famosa carteirada de advogado, o cara disse "Hã??". Hora, qualquer macho de sangue quente sabe que isso é código para "sua mãe é uma vadia", de modo que Meifêi não teve dúvidas e sentou o braço também no miserável.

Ao custo de muitas vidas, Meifêi foi, finalmente, levado para a delegacia. Lá, um gentil velhinho lhe revelou que já estava lhe aguardando e que tinha respostas para suas perguntas. Pois a cela do gentil velhinho ficava do lado da sala de rádio, onde comunicaram que estavam levando um viado raivoso que só o cão e o velhinho sabia em que cela eram colocados os viados raivosos. Foi então que Meifêi se viu diante de seu mais temível oponente: um negão de dois metros e meio de altura por dois de largura que foi batizado por Meifêi pelo nome de MeuVirgem, já que era assim que o negão o chamava. Com um sotaque estranho, que lembrava muito uma carreta batendo de frente com uma locomotiva, MeuVirgem perguntou qual o motivo da valentia de Meifêi. Só que a esta altura Meifêi já estava hipnotizado pelo tamanho de MeuVirgem, de modo que nada pode responder. Foi então que MeuVirgem disse, com aquela voz que faria Darth Vader se mijar todo de medo:

"Tu tem que entendê que o que tá valendo aqui é o porquê. O porquê é o que nos dá poder. Vc vem com perguntas, cheio de dúvidas, mas não vem com o porquê docê daqui. Portanto, vc vem a mim sem poder algum. Já eu, tenho o porquê e, portanto, tenho o poder. Quer saber o porquê, meu virgem?".

Meifêi só consegui balançar afirmativamente a cabeça antes de ser colhido naquele abraço terno e ao mesmo tempo sufocante de MeuVirgem, que dizia "Porquê sô maió que vc e agora vc se lascou!!!" Quase desmaiando, não se sabe se de prazer ou sob o peso dos 300 quilos do negão, Meifêi foi salvo pela delegada, que apareceu na porta, deu dois tiros de advertência na testa do negão e mandou que Meifêi saísse. Mas, antes de ser liberado, Meifêi ainda foi alvo da libído da delegada que o abordou dizendo: "Antes eu quero que vc me faça sentir de novo como era ser amada, coisa que eu já perdi há muito tempo". Quando Meifêi foi tomando a delegada nos braços para lembrá-la de como se ama uma mulher, tomou um golpe de cassetete nos joelhos e caiu de quatro, chorando. Foi aí que o caldo engrossou: "Agora, me beije como se eu fosse ELE". Pobre Meifêi, não sabia que a malévola delegada estava se referindo à sua extinta relação como MeuVirgem...

Meifêi, finalmente, saiu da delegacia. Não é uma estória de vergonha, mas uma estória de triunfo sobre as forças do mal, que ele faz questão de contar em pé e de cabeça erguida. Pelo menos é o que parece, já que desde aquele dia ele não senta mais pra contar. 
  IT'S ALIVE!!! IT'S ALIVE!!!

Bom, senhores, é isso. O começo. Alfa. The Start. A largada. E outros sinônimos que vcs tenham para quando começa alguma coisa.

Muito me dói a decisão de ter de começar um blog. Primeiro, por causa da minha infinita preguiça. Em segundo lugar, por saber que agora vcs terão um lugar certinho para me esculhambarem. Finalmente, porque essa decisão é baseada no baixíssimo nível que vem atacando todos os outros blogs da galera.

Não me entendam mal. Adoro ler as poesias que se fazem para suas namoradas, para a lua ou para a brumas brumosas. Também adoro ler sobre as crises existenciais de cada um de vcs. Vibro de emoção quando veja a transcrição de uma música que não toca desde o tempo do ronca. Só que tudo isso cansa. Meu Deus do Céu, como cansa. Cadê a polêmica? Cadê a discussão? Onde estão os dedos apontados dos bons tempos e a galera parando de se falar? É para isso que esse blog veio.

Aliás, só pra começar, gostaria de denunciar um golpe, um roubo, um furto, contra um dos Desembargadores da Egrégia Corte. Pois é, um daqueles ilustres senhores foi fruto de um salafrário, safardana e sem-vergonha, que sem ter mais o que fazer, simplesmente invadiu o rebanho do nosso amigo e tomou para si o que é dos outros. Entendam o que quiserem e debatam depois, se lhes convier, porque eu não conto mais nada.

Viram como é bacana? Agora mesmo quem leu isso deve estar pensando: macho quem foi, será que é verdade, Wallace filho da puta se não me contar, e é esse tipo de sentimento que estava faltando. Obrigado pelas boas vindas. 
Fernando Wallace + João Paulo

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